No âmbito da Rede Temática de Tecnologia e Inclusão Social das Cidades Educadoras América Latina, foi realizado um novo Cyberc@fé de Aprendizagens com o tema “Construir o futuro da participação digital, da transparência, da inclusão e da luta contra a desinformação”. Este encontro virtual reuniu representantes de diversas cidades, equipes técnicas e especialistas, criando um espaço de reflexão coletiva sobre como a tecnologia pode se tornar uma ferramenta fundamental para fortalecer a democracia local e construir comunidades mais justas e inclusivas.

A participação digital, segundo definição da ONU, envolve o uso das tecnologias da informação para promover a participação cidadã nos processos de tomada de decisões públicas. Durante o encontro, Ricardo Poppi, diretor do Instituto de Cidade Democrática, destacou a lacuna que muitas vezes existe entre as ações dos governos e a percepção dos cidadãos sobre sua real capacidade de influenciar tais decisões. Isso evidencia a necessidade de criar processos que não apenas informem, mas que também incentivem a consulta e a tomada de decisões compartilhadas, alcançando o mais alto nível de engajamento cidadão, como ocorre nas experiências de orçamento participativo.

A partir da apresentação de diferentes experiências, discutiu-se como as cidades estão utilizando ferramentas digitais para promover processos participativos abertos, transparentes e acessíveis. Exemplos como o Decidim, em Barcelona; o Brasil Participativo, que envolveu quase 1,5 milhão de pessoas no planejamento governamental; e o Empujando Juntas, que utiliza aplicativos de mensagens como o WhatsApp para superar barreiras digitais, demonstram o potencial da tecnologia para gerar uma participação mais ampla e equitativa. Essas iniciativas refletem princípios fundamentais da Carta das Cidades Educadoras, como inclusão, igualdade de oportunidades, diálogo intergeracional e justiça social.

O encontro também ressaltou a importância de garantir acessibilidade para todos os setores da população, incluindo pessoas com deficiência, idosos e comunidades com menor conectividade. Sob a perspectiva das Cidades Educadoras, isso significa reconhecer a tecnologia como um instrumento pedagógico que promove a aprendizagem coletiva, o empoderamento cidadão e a construção de laços comunitários sólidos. Assim, a cidade se transforma em um grande espaço educativo, onde cada processo participativo se torna uma oportunidade de aprendizado e exercício democrático.
Um ponto importante debatido foi o risco do chamado “open washing”, quando a participação é utilizada apenas como ferramenta de marketing político, sem um compromisso real com a cidadania. Para evitar isso, destacou-se a necessidade de oferecer retorno claro e oportuno aos cidadãos, fortalecendo a confiança e a credibilidade nos processos participativos. Esse enfoque não apenas reflete boas práticas de governança, mas também incorpora o espírito da Carta, que promove a cooperação, a paz e a educação ao longo da vida como pilares do desenvolvimento urbano.
O Cyberc@fé de Aprendizagens se consolidou como um exemplo de como a Rede Temática de Tecnologia e Inclusão fomenta o intercâmbio de experiências e saberes entre cidades latino-americanas, impulsionando a inovação e a colaboração interinstitucional. Esses espaços virtuais não só permitem debater os desafios atuais, mas também imaginar e construir coletivamente o futuro das cidades, fortalecendo sua dimensão educadora e reafirmando o compromisso com a educação como motor de transformação social.
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